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No centésimo post decido fechar esta página. São muitas mudanças que tenho de efectuar. Já estou com saudades, mas são necessárias para a minha sobrevivência. Compreendam! Muito obrigado a todos os que aqui conheci e acompanhei - me conhecereram e acompanharam; foram um suporte importante e ajudaram a entender-me um pouco melhor. Fiz descobertas de amizade, carinho, humor, solidariedade que me alteraram a visão (apesar da miopia) do mundo que temos; e de raiva, esperança e paz. É com elas que fico e vou estar. Agradeço tudo o que partilharam (eu volto, prometo! - só não sei quando!) ao longo destas 11 semanas. A todas as humidades que se ausentam temporariamente da minha vida!
(Fico c/sem este blog mas s/com todos vocês! - beijos e abraços)

Um grande bem haja!

JJ

In Love

Ontem acordei a cantarolar o In my arms desta senhora. Hoje estou assim, só, sem saber o que fazer... acho que vou ver museus!


2 hearts - kylie minogue

Ou escalar montanhas e gritar lá de cima. Ah, e há sempre o mar...

17.05.08 - 16.17h: Lisboa, Moça e Menino II

(Ontem, com a moca sem cedilha, ainda desimpedi o corredor e organizei a despensa – tenho de pintá-la)



Compro pão à pressa (09.30) para tirar o carro do sítio mas vejo que está bem e fica lá até ao almoço (milho e ovo cozido, queijo fresco e cebola – branco e amarelo como a cozinha!), depois do banho; banco e café. De classe f.m e programa no bolso, vamos ao encontro em sítio do costume, sob os jacarandás, seguimos o rato pela estrela até aos frigoríficos de alcântara. Como merchandising temos bonecas estilizadas japonesas, descemos ao bar na cave mas não ficamos. Encontro surpresa no CCB com ding ling a corrigir meninos, debate educacional, pallmall s.f e mortalhas com mandril; meia de leite, pastéis de belém e descubrimos que a revista sobre design influente é toda em italiano. Ultrapassa-nos à saída do passadiço inferior um bando de psp’s em jogging e calção de licra. Seventies a rockar – deixo a ana e o frank não me pode receber pois tem a sala cheia na alfândega.

Lembrança do aladan, vou ao bacalhoeiro ( já não sabia porque gostava tanto deste sítio): lomos na parede, jovens ligados à sua própria rede navegam em harmonia sóbria num reggae com balanço feliz – soa o tema do windows a iniciar/encerrar... Agora beastie boys: levam-me para o salão de festas para poder fumar (19.30), está uma rapariga a dormir nos sofás do canto; abro a janela lentamente e enquanto escrevo, ela acorda, travamos um breve diálogo e começa a limpar a arca de madeira que serve de apoio. Bossa nova, anoitece. Ontem trouxe-me aqui para ver e recordar alfama, onde cursei e me perdi seis anos. Relva fresca, ar puro, avanço. Turistas enchem as praças, pedem direcções, a polícia impede a passagem no jardim do tabaco e após chafariz d’el rey, preparam a prova LisbonDownTown. Largo de são miguel, subo até ao adicence para café, vejo os maus tratos a idosos, mas não o senhor manel e a dona amália. Saio a assobiar, já quase na penumbra, por entre o jogo de futebol de bairro dos miúdos, sob a parreira.

O eléctrico faz-me uma rasia, as luzes da ponte no fio da paisagem, engarrafa-congestiona-mento aos restauradores – Liberdade! A loli não vai sair e nós repetimo-nos; subterrâneo em espera, coleguices na bica, congratulo as duas mães dos bares da frente, percorro o interior das vidas em casas fechadas, fiéis ao bairro com shots de fruta, gereberas vermelhas para todos (bascos e galego), até ao taxi com atalho de foxtrot, pausa suave, o ex-do-ex-de mikonos veio ver-nos e, acidentalmente, esbarramos um no outro, não nos largamos até à manhã seguinte – almas puras – finex, politécnica, front sit... Da casa de banho, o centro desportivo da mouraria (existe!) e do quarto o torreão de baixo na primeira imagem da primeira parte deste post: adar, adar, pões-me a navegar, e eu que ganhei medo no mar...

Café e Cigarros

Gostava de ter um contador de palavras para saber as que mais uso por semana. Parece-me que os vícios estão a ganhar...



(também pode ser hereditário!)

16.05.08 - 13.12h: Lisboa, Menina e Moço I


Ilustração de Marcos Oliveira

Ontem foi folga da ana. Em mais um dia estremunhado, vou buscá-la na sua calçada depois de muitos transportes matinais para vermos bonecos (eu já explico). Spinning around inicial: avenida do almirante, londres e roma, virando na monumental estátua do padroeiro, infiltrando-nos nos bairros do estado novo. Sob o guarda-chuva da missão – presidência portuguesa do conselho da união europeia – de cabo cor-de-laranja e logotipo pago, lanchamos na tatu da aldeia, falamos da propensão humana para a empatia, passeamo-nos nas entre-ruelas, aguardando a pipa. Mais gatos, vemos abordagens estúpidas em séries juvenis e os avanços da vida. Já tetra-hidra-canabinados, circulamos inversamente até à alameda do fundador deste país: um miradouro inesperado sobre a fonte luminosa desperta-nos pela luz mortiça e aguaceiro miudinho com vista para o técnico. Descemos a escadaria, e uma atracção da infância leva-nos à descoberta de um playground para crescidos – oferecemo-nos alegria, memória e movimento, às voltas com o nosso corpo, suspensos no tempo. Jantamos debaixo do império e seguimos para o Maria Matos.

Queríamos o programa do júri – os melhores do animateka – no king, mas o prazer leva-nos à competição 03: a surpresa inicial de uma obra gráfica a preto e branco, de sequências sugestivas de sons sobre o coração da cidade e a sua sombra – becos e escadinhas levam o Homem por tascas sujas de fado, os carris acalcetados do eléctrico e o ruído dos cabos, as noites perdidas terminam nas mecânicas tipográficas e ardinas com boas novas, silvos e travessa ondulante do tejo num cacilheiro matinal – pelo meio uma pequena parábola com lua viajante em sonhos de meninos. Segue: um conto zen em russo para apresentar a vizinha coreia - primeiro plasticina, depois ilustração de recorte – do medo engrandecido do não ter à dádiva do partilhar até à eternidade; dois episódios de terror cómico sobre os riscos do próprio monstro, alertando para o perigo da insónia em frente ao televisor; num estilo oliveirista, uma cadência calma, sugestiva, aquática e muito feminina... sensualidade apresentada pela própria autora presente no público; uma portuguesa brinca com a imagética da palavra no discurso visual; uma espiral de rituais quotidianos e objectos a girar num vazio-vácuo aceleram, caricaturizando o destino final em escalada de caos e violência; humor negro atingindo as crianças e uma visão da morte instantânea e arrebatadora; animação muito riscada e psicanalizada de uma vida curta; outra ainda que já não me recordo e termina com um conto de kafka pensado por japonês, novamente a trágica sur(-)realidade. Hoje, à continuacion, Museu do Oriente.




(a imaginação/tecnologia são coisas fantásticas; mas o cenário pode ser cada vez mais real...)

Afinal o Catatau Tem um Blog...



É a gozar, mas até é engraçado imaginá-lo atrás do écran a escrever posts daquela natureza... a abraçar-nos a todos!
Já editados os seus melhores comentários!



(falando em edições, quem tem duas páginas que parecem um blog é o sr. Paulo Teixeira Pinto, em análises lógicas e profundas com o toque certo de poesia própria, filosofias de poder e ditos alheios actuais; o artigo/post Dicionário de Português-Português sobre o 25 de Abril delata os exageros da liberdade e conclui com as nossas pequenezes - ainda bem que o meu irmão compra o DN ao sábado!)

15.05.08 - 07.13 / 07.52h: History Repeats ITself

(Aviso sobre Conteúdos, blá, blá, blá..., qualquer semelhança com a realidade... é pura ficção erótica!)

Miracles
Atalho por alvalade, estrada com troço de calçada, torrão; boleia a comum desempregado com ar de agarrado até alcácer em curvas no meio do nada. A lisboa, apenas para entregar acto isolado. Começam as rodadas de amigos por telefonemas. Esplanar na brasileira com ding ling (que tal o cd?), mário alto de trolley, libelinha agrilhoado troca perca de carta por serviço comunitário. E no quarenta e um forma-se o círculo com o ex-namorado de mão lixada, açores e suiça. À espera de psicoactivos, vemos a amy em concerto, aos beijos na sala vermelha – concretizam-se as coincidências anteriores - até nos fartarmos.
Ainda circuito de fuga ao álcool até aos subúrbios, regresso ao bairro para seguir décio de scooter até à travessa do meio do forte. Uma hora para abrir duas portas, mais o revistar da casa do celso (que não revejo à meia década) em busca de preservativos. Sexo bom e carinhoso, penetrar e beijar ao mesmo tempo, castelo e graça com vista da casa de banho, mártires da pátria do quarto e corredor. Dormir abraçado a alguém...
Memórias intermitentes, boleia rolante à chuva com mochila no meio, chocho atabalhoado e fugaz, já sem trânsito até casa.



Night Two
Mesmo bar, agora com carmo depois do jantar, com as justificações da demissão, de vento em popa no mondego e ria formosa. Mesmos personagens, acompanho-a ao golf. Volto para purificar-me até ao abandono total. Good Night, Irene (perder tempo é divertido! – só boas frases dos diálogos do filme na sua propaganda a negro) – vejo-a! Espalham-se freneticamente cartazes nas esquinas, na hora de saída. Viro no século, passo o trabalho do mano e peço para entrar no prédio verde. A laurie anderson chama-me (X=X), bebida, bloco e cinzeiro. Imagens sobrepostas de filmes antigos, projectadas no redor de paredes brancas; Jim morrison (the end) carrega os putos fashion do bar, o gainsbourg ama-os (i go and i come, you come and you go... skin to skin), zuvi-zeva-novi.
Automático até... (it's raining, man!) ao antro. Show sem débora crystal assistido na parceria de L que agora vive por ali, re-encontro mais gente do antigamente. Popers e joints alucinam a dança. Saio e caminho calmamente em passerelle até à rotunda central (no quarto piso subterrâneo fica o parque de viaturas rebocadas pela polícia). Enquanto amanhece vou escrevendo estes dizeres na esperança do metro para casa. Do lusco-fusco sai uma figura que se move por entre as barraquinhas da feira do livro; fecho o moleskino devagar e mamo o mulato devagar enquanto ele filma, faço-lhe um profundo botão e continuo até à sua ejaculação na minha cara. Compara-me com o tarantino e explica que a sua namorada ainda não aprendeu a fazer assim. Cumprimento dread, lavo o rosto no aspersor (que desperdícioperante o manto cinzento que nos cobre) e apanho o primeiro da manhã. Cool.

Correntes